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Planos de Ensino Trilha Sonora e Crítica Cinematográfica
Publicado em 07/08/2019 às 16:57Seguem os planos de ensino das disciplinas optativas de Trilha Sonora e Crítica Cinematográfica no semestre 2019/2.
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Afro Cine – LEHAf exibe o filme ‘Tsotsi’
Publicado em 06/08/2019 às 18:09O Laboratório de Estudos em História da África (LEHAf) convida para a exibição do filme Tsotsi (África do Sul, 2005), de Gavin Hood, que ocorrerá na quarta-feira, dia 07 de agosto, às 19:00, na Sala de Projeção do Curso de Cinema da UFSC, localizada no 1º andar do Bloco D do Centro de Comunicação e Expressão (CCE).
O evento é aberto à comunidade e após a sessão haverá um debate com o público. O Afro Cine tem exibições mensais e segue um roteiro geográfico pela África, em paralelo com o Ciclo de Cinema Africano do LEHAf. O filme de agosto é uma co-produção entre Reino Unido e África do Sul.
O Afro Cine do LEHAf tem o apoio da Secretaria de Cultura e Arte da UFSC (SeCArte), do Laboratório de Estudos de Cinema (LEC), do Curso de Cinema, e visa a difusão e discussão da cinematografia africana e de produções cinematográficas focadas na África ou em temáticas afins.
Para mais informações acesse: lehaf.paginas.ufsc.br ou facebook.com/lehafufsc
(Tsotsi)
Duração: 90 min.
Idioma: Zulu / Xhosa / Africâner / Inglês
Direção: Gavin Hood
Sinopse: Tsotsi, um jovem criminoso de 19 anos, encontra um bebê no banco de trás do carro que havia roubado. O filme é ambientado em Soweto, um gueto da África do Sul, estabelecido para segregar a população negra durante o regime do apartheid.
Trata-se de uma adaptação cinematográfica do romance homônimo de 1980, de autoria do escritor sul-africano Athol Fugard.
– Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2006.
Mediação: Alex Brandão (Cinema/UFSC)
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Egressa do curso de cinema defende dissertação nesta sexta-feira
Publicado em 05/08/2019 às 17:07A egressa do curso de Cinema Vanessa Camassola Sandre defenderá sua dissertação “Representações femininas no cinema: uma leitura feminista de Imperatriz Furiosa em Mad Max – Estrada da Fúria” no Programa de Pós-graduação em Literatura. Refletindo sobre como a mulher tem sido representada nos gêneros cinematográficos, muito especialmente nos filmes de ação, Vanessa reflete sobre a cultura patriarcal/androcêntrica que contamina a linguagem cinematográfica. Em busca de respostas possíveis para recusar visões femininas estereotipadas, a mestranda revisa a representação/representatividade no cinema a partir da crítica feminista e dos estudos de gênero.
Quando: 9 de agosto, 15 horas
Onde: Sala Drummond/CCE-BComposição da banca examinadora
Prof. Dr. Marcio Markendorf (UFSC – presidente)
Profª Drª Cláudia Junqueira de Lima Costa (UFSC)
Profª Drª Patrícia de Oliveira Iuva (UFSC)
Profª Drª Alessandra Soares Brandão (UFSC) -
Disciplinas Optativas 2019/2
Publicado em 09/07/2019 às 12:53As disciplinas optativas ofertadas pelo Departamento de Artes nesse semestre serão:
Cinema
- Crítica Cinematográfica – ART5004 – 5ª 18h30 – profa. Clélia Mello
- Direção de Arte – ART5005 – 6ª 14h20 – prof. Luiz Fernando Pereira
- Trilha Sonora – ART5009 – 5ª 08h20 – prof. Luiz Felipe Soares
- Cinema e Literatura – ART5016 – 6ª 08h20 – prof. Henrique Finco
- Análise dos Meios Audiovisuais – ART5019 – 4ª 14h20 – prof. Josias Hack
- Práticas de Documentário – ART5021 – 6ª 14h20 – profa. Aglair Bernardo
- Tópicos Especiais de Cinema IV – Arte e Consciência Gestáltica – ART 5030 – 2ª 14h20 – prof. Josias Hack
O intuito da disciplina é vivenciar alguns conceitos relacionados à Gestalt-Terapia tendo como ferramenta as manifestações artísticas. Se você tiver interesse, faça a sua matrícula logo que abrirem as inscrições online, pois são apenas 20 vagas. Os conteúdos programáticos serão abordados a partir de atividades experienciais, em sala de aula, que tratarão de questões existenciais como: • O que meu pai ou minha mãe ou meus irmãos ou meus avós ou meus cuidadores esperam de mim? • O que a escola ou a universidade esperam de mim? • O que a igreja ou os espíritos ou os gurus ou o ateísmo esperam de mim? • O que minha parceira amorosa ou meu parceiro amoroso ou meus parceiros amorosos esperam de mim? • O que o mundo do trabalho espera de mim? • O que minha criança interior espera de mim? • O que a vida adulta espera de mim? • O que a Arte espera de mim? • O que eu espero de mim? • Quem sou eu?
- Tópicos Especiais de Cinema V – Cinema Negro – ART5031 – 3ª 18h30 – profa. Aglair Bernardo
Partindo da perspectiva de uma afro cultura cinematográfica brasileira em um cenário cuja produção negra no cinema atual se encontra em ascensão e buscando romper com a lógica de um cinema reprodutor dos problemas raciais, traçaremos uma historiografia do cinema negro brasileiro objetivando debater a produção, distribuição e reflexão de um cinema afrocentrado, focado nas emergências identitárias da atualidade.
- Tópicos Especiais de Cinema VI – Políticas Culturais – ART5032 – 4ª 08h20 – prof. Alfredo Manevy
A disciplina oferece uma introdução a política cultural, abrangendo a história do seu desenvolvimento no Brasil até nossos dias. O curso expõe a variação do papel do Estado no desenvolvimento cultural e artístico das nações, as variantes na relação Estado e cultura, as inovações institucionais e de legislação, bem como os mecanismos de financiamento e regulação. O curso é abrangente para todo o universo de políticas culturais, mas com especial ênfase a política para o cinema e audiovisual, o que se reflete nas aulas finais do curso.
- Identidades e Diversidade – ANT7068 – 2ª 14h20 – profa. Vania Zikan Cardoso
- Direção de Arte para Cinema de Ficção – ART6001 – 6ª 14h20 – prof. Luiz Fernando Pereira
- Adaptação, Citação e Tradução: Cinema, Teatro e Literatura – ART6007 – 6ª 18h30 – profa. Dirce Waltrick do Amarante
- Clown – ART6013 – 6ª 18h30 – profa. Priscila Genara Padilha
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Defesas de TCC 2019.1
Publicado em 05/07/2019 às 11:16Tabela organizada por data.
Aluna(o) Orientador(a) Título Data/hora Local Bernardo Froener Castello Rodrigo Garcez Edição de som do filme “Um Ano Sem Morada” 06/junho 15h
Cinema do CIC Vera Lucia Freitas Silva Alfredo Manevy Documentário Paramazônicas 01/julho 17h
Sala de Projeção, bloco D do CCE Bruno Kohler
Alfredo Manevy Estudos de audiência no mercado audiovisual 03/julho 15h
Sala LEC, bloco D do CCE Nathan Luiz Luchina Fernandes De Jesus Rodrigo Garcez Projeto de curta-metragem “O Sétimo Círculo” 05/julho 18h30
Sala de Criação Fílmica bloco D do CCE Cleo Machado Rosa Aglair Bernardo Instalação “Abêcê” 05/julho 19h
Sala 403 do bloco redondo do CCE Amanda Rauber Rita Pati Iuva A Representação das Mulheres no Cinema de Horror 08/julho 17h
Sala LEC, bloco D do CCE Flávia Muller Zanella Pati Iuva Construindo “Helena”: A Proposta de Criação e Concepção de um Curta-metragem 11/julho 17h
Sala LEC, bloco D do CCE Eduardo Ceron Lollato Antonio
Luiz Felipe Soares Exposição “Sangue” 12/julho 15h
Coletivo Nacasa Rua José Francisco Dias Areias, 359, Trindade Beatriz Cristina Silva Aglair Bernardo Curta-documentário Raízes 15/julho 16h30
Sala LEC, bloco D do CCE -
Cineclube Sessão de Arte, à tarde na UFSC III
Publicado em 17/06/2019 às 15:25Nessa edição o Projeto Cineclube Sessão de Arte, À Tarde na UFSC III apresenta filmes do diretor Federico Fellini que trabalha com uma temática Clownesca que permeia seus
filmes levando-o a chamá-los de “Circo-Cinema”.
O próximo filme a ser exibido, no dia 24/06 às 14h30 no bloco D do CCE no primeiro andar, sala 108, será Julieta dos Espíritos.Sinopse
Julieta é uma mulher burguesa que vive confortavelmente em uma luxuosa casa com o marido e duas empregadas. Sua família a distrai num mundo higienizado. Mas ela descobre que seu marido, a quem ela adora ingenuamente, pode estar sendo infiel, e acaba se abrindo para um grande mundo mental em que seu espírito se mistura em sonho e realidade. Julieta deixa de lado o conformismo burguês e se revela um ser de extraordinária riqueza interior.
Interessante refletir os sentimentos de Giulietta Massina durante as filmagens de Julieta dos Espíritos. Corriam boatos na época que o seu casamento com Fellini passava por uma
crise. A temática da fita toca bem nesta ferida. É bem possível que por trás daquele olhar profundamente triste que Giulietta nos transmite ao longo do filme – mesmo em seus momentos de alegria, sua feição é melancólica – haja uma sinceridade de sentimento que nenhuma técnica de representação é capaz de equiparar.
Ainda que imperfeito, Julieta dos Espíritos é um filme riquíssimo. Admite uma série de leituras, de análises psicológicas, da influência que o inconsciente exerce nas pessoas, no modo como a educação forja o caráter e a personalidade dos adultos, da psiquê feminina. Vindo de um Fellini, isto nem chega a ser uma surpresa. Para o bem ou para mal, com excessos ou não, dentro daquele mundo por vezes impenetrável, Fellini sempre foi uma personalidade que teve algo a dizer. E, mesmo tendo nos deixado há mais de uma década, continua se comunicando conosco através de seus filmes.
https://www.cineplayers.com/criticas/julieta-dos-espiritosVamos encontrar o clown, que é o foco desta III temporada do Cine Clube Sessão da Tarde nos sonhos e imaginações da personagem Julieta. A própria personagem tem características Clownescas, e em suas lembranças a imagem vem em seu encontro ao recordar um circo para o qual seu avô a levou no passado, onde a figura do clown se sobrepõe à Julieta.
Atenciosamente,
Prof. Dr. Luiz Fernando Pereira (LF) -
Convite Ciclo de Cinema Africano – LEHAf [Maio 2019]
Publicado em 12/06/2019 às 11:56O Laboratório de Estudos em História da África (LEHAf) convida para a exibição do filme ‘Oxalá cresçam pitangas’ (Angola, 2007), de Kiluanje Liberdade e Ondjaki, que ocorrerá na quarta-feira, dia 12 de junho, às 19:00, na Sala de Projeção do Curso de Cinema da UFSC, localizada no 1º andar do Bloco D do Centro de Comunicação e Expressão (CCE).
O evento é aberto à comunidade e após a sessão haverá um debate com o público. Contaremos com a presença de Flavio Facha Gaspar Abubacar, de Angola, que fará comentários sobre o filme e considerações sobre o seu país de origem. O Ciclo de Cinema tem exibições mensais e segue um roteiro geográfico pelo continente africano. O filme de junho é uma produção de Angola.
O Ciclo de Cinema Africano do LEHAf faz parte do projeto de extensão “Imagens e Sons da África”, tem o apoio da Secretaria de Cultura e Arte da UFSC (SeCArte), do Laboratório de Estudos de Cinema (LEC), do Curso de Cinema, e visa a difusão e discussão da cinematografia africana e de produções cinematográficas focadas na África ou em temáticas afins.
Para mais informações acesse: lehaf.paginas.ufsc.br ou facebook.com/lehafufsc
OXALÁ CRESÇAM PITANGAS [2007]
(Oxalá cresçam pitangas)
Duração: 63min.
Idioma: Português
Direção: Kiluanje Liberdade e Ondjaki
Sinopse: Oxalá Cresçam Pitangas revela a realidade por detrás da permanente fantasia luandense. Dez vozes vão expondo com ritmo, dignidade e coerência, um espaço ocupado por várias gerações dinâmicas sociais complexas. Luanda ainda não havia sido filmada sob esta perspectiva realista e humana: conflitos entre a população e a esfera política, a proliferação do setor informal, as desilusões e as aspirações, o questionamento do espaço urbano e do futuro de uma Angola em acelerado crescimento. Dez personagens falam também das suas vidas, do seu modo de agir sobre a realidade, da música que não pode parar. Aparece uma Luanda onde a imaginação e a felicidade defrontam as manobras de sobrevivência. Onde a língua é mexida para se adaptar às necessidades criativas de tantas pessoas e tantas linguagens. Este é um filme sobre uma Luanda que recria constantemente a sua identidade: os dias, as noites e todos os ritmos da cidade que não sabe adormecer. [Fonte: M.O.]
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Mediação: Alex Brandão (Cinema/UFSC) -
Grade de Horários 2019.2
Publicado em 10/06/2019 às 15:38Consulte a grade de horários do semestre 2019.2 na imagem abaixo ou pelo site: http://cagr.sistemas.ufsc.br/modules/comunidade/cadastroTurmas/index.xhtml
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Poderes do Som: I Conferência Internacional de Pesquisa em Sonoridades
Publicado em 03/06/2019 às 16:06A I Conferência Internacional de Pesquisa em Sonoridades – Poderes do Som é uma iniciativa do Grupo de Estudos em Imagens Sonoridades e Tecnologias (GEIST), formado por pesquisadores das instituições UFSC, UFES, IFRS, UFRGS, UNISINOS e UFF. A proposta é a de promover e atualizar as discussões acerca do som em diferentes países e de seus cruzamentos com uma diversidade de áreas do conhecimento, ampliando o alcance do campo de Estudos do Som no Brasil, em diálogo com instituições e pesquisadores estrangeiros.
É tendo essa abrangência em vista que a Conferência Poderes do Som procura dar ênfase às materialidades sonoras, quer aquelas que mobilizam práticas de escuta e de soar, quer os dispositivos e artefatos, tecnológicos ou não, que modulam e potencializam aquilo que se pode realizar com os sons. Nesta primeira edição do evento – a realizar-se no formato de Conferência na UFSC, entre os dias 5 e 7 de junho de 2019 – pretende-se organizar um encontro internacional que reúna pesquisadores brasileiros e de outras partes do mundo em vários dias de discussão, organizados em grupos de trabalhos com eixos temáticos específicos, mesas redondas com especialistas e pesquisadores internacionais convidados e exibição de trabalhos sonoros de relevância para os temas discutidos.
PROGRAMAÇÃO:
❏ Performances
➢ Oficinas
● Mesas
★ PalestrasQUARTA-FEIRA (05/06)
09h30 – 11h00
Registro / Saguão de Entrada11h20 – 12h30
● MESA 1A – Memória e afetos / Sala 108
● MESA 1B – Paisagens sonoras / Sala 312
● MESA 1C – Design sonoro / Sala 21114h00 – 15h30
● MESA 2A – Matrizes afro / Sala 108
● MESA 2B – Rádio e poética / Sala 211
● MESA 2C – Games e inclusão social / Sala 31216h00 – 17h30
● MESA 3A – Entre o visual e o sonoro / Sala 211
● MESA 3B – Ruídos no cinema / Sala 108
● MESA 3C – Epistemologias sônicas / Sala 31218h00 – 20h00
★ Palestra – J. Martin Daughtry (NYU) / Auditório do EFIQUINTA-FEIRA (06/06)
09h30 – 11h00
● MESA 4A – Rádio jornalismo, narrativas do cotidiano e localidade / Sala 312
● MESA 4B – Performances / Sala 108
● MESA 4C – Po(i)éticas e tecnologias sonoras / Sala 21111h20 – 12h30
● MESA 5A – Fenomenologia, teoria e romantismo alemão / Sala 312
● MESA 5B – Poderes do silêncio / Sala 108
● MESA 5C – Políticas e tecnologias hi-fi e lo-fi / Sala 21114h00
❏ Medicamento Antroposófico – MARavilha Curativa, 2017 / Caixa Preta
➢ Projeto: Sinestetica / Sala 20914h30
➢ Poéticas da escuta e as artes radiofônicas / Sala 31015h00
❏ À deriva sonora – Boitatá Incandescente / Lago da UFSC18h00 – 20h00
★ Palestra – Shannon Garland (UCLA) / Auditório do EFISEXTA-FEIRA (07/06)
9h30 – 11h00
● MESA 6A – Som, política e territorialidades: manifestações, violência, lutas / Sala 211
● MESA 6B – Poderes da voz / Sala 312
● MESA 6C – Arranjos sonoros / Sala 309
● MESA 6D – Fluxos temporais e ecologia do som / Sala 10811h20 – 12h30
● MESA 7A – Terra em transe / Sala 211
● MESA 7B – Som, tecnologias e identidades brasileiras / Sala 108
● MESA 7C – Identidades sonoras locais / Sala 309
● MESA 7D – MESA REDONDA – Sonoridades e seus usos na pesquisa
● em comunicação, som e música: apontamentos iniciais / Sala 31214h00 – 15h30
● MESA 8A – Sonoridades em cenas locais / Sala 309
● MESA 8B – Tecnologias sônicas / Sala 108
● MESA 8C – Som, arquivo e patrimônio / Sala 211
● MESA 8D – Afetos e estéticas da música independente / Sala 31216h00 – 17h30
● MESA 9A – Memória do rádio / Sala 312
● MESA 9B – Cinema e suas materialidades sonoras / Sala 211
● MESA 9C – Sonoridades como agência: graves, intensidade e impacto / Sala 108
● MESA 9D – Sonoridades, regulações e ocupações do espaço social / Sala 30918h00 – 20h00
❏ Interferência / Caixa Preta
❏ Escutas poéticas musicais / Caixa Preta
❏ Epilepsia: Micropause Abuse / Caixa Preta
❏ Estafa Mental n.1 / Caixa Preta
❏ Tera em Transe / Caixa PretaPara mais informações e programação completa, acesse o site: https://www.sonoridades.net/
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Egressa do Curso de Cinema da UFSC, Nina Kopko é diretora assistente de “A vida invisível de Eurídice Gusmão ” premiado em Cannes
Publicado em 02/06/2019 às 9:26Com previsão de lançamento em novembro, A vida invisível de Eurídice Gusmão é o primeiro filme brasileiro a vencer a premiação principal da mostra “Um certo olhar” (Un certain regard), principal festival paralelo de cinema de Cannes, voltado a filmes com linguagem experimental. A premiação ocorreu na última sexta-feira, 24 de maio, e conta com Nina Kopko, formada em Cinema na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), como diretora assistente.
Com elenco de reconhecimento internacional – com nomes como Fernanda Montenegro, Carol Duarte, Júlia Stockler, Gregório Duvier e Nikolas Antunes – a obra é uma adaptação do livro homônimo de Martha Batalha e narra a história de duas irmãs cariocas que, nos anos 1950, veem seus sonhos fenecerem ante a estrutura patriarcal da sociedade da época.
“É um filme com uma estrutura bem clássica, com início, meio e fim e conta a história de Eurídice, uma mulher impossibilitada de viver seus sonhos, de ser quem gostaria ser para além do papel de mãe, esposa e dona de casa. Guida, a outra protagonista, é uma mãe solo, abandonada pela família – e o Brasil ainda é um dos países com o maior número de crianças sem o pai na certidão de nascimento. Ainda que tenhamos avanços notáveis na independência das mulheres, a maior parcela de nós segue destituída de seus desejos e aspirações, pela cultura patriarcal e pelo capitalismo. O filme pode remeter às vidas das nossas avós, das nossas mães, mas não deixa de ser um retrato atual sobre a invisibilidade da maior parte das mulheres desse país”, afirma Nina.
‘Premiação em Cannes é reconhecimento à alta qualidade do cinema brasileiro’
A primeira conquista para o cinema brasileiro na principal mostra paralela do Festival de Cannes, onde concorrem ao prêmio principal 18 filmes, é de importância ímpar. Segundo Nina, “ganhar esse prêmio é um reconhecimento muito importante, não só para a carreira do filme, mas para o cinema nacional. Somados a essa nossa conquista, o prêmio do júri ao [filme] “Bacurau” [vencedor do prêmio do júri, em Cannes, no dia 29], e a presença de uma diretora estreante na Quinzena dos Realizadores (Alice Furtado, diretora de “Sem Seu Sangue”), traz um holofote para a produção de cinema no país, que é prolífera, consistente e inventiva. Nesse momento de sequentes ameaças à cultura do país, jogar essa luz ao nosso cinema dentro do maior festival de cinema do mundo é muito significativo e relevante”.
A diretora assistente da produção destaca a alta qualidade do cinema nacional, com uma produção contemporânea vasta, diversa e inventiva e ainda dá relevo aos impactos que a conquista podem gerar quando houver o lançamento do filme: “ganhar o louro do prêmio de Cannes impacta muito na procura do filme, no número de países que o buscam para exibi-lo. O mercado de cinema de arte é bastante consistente e este prêmio coloca o filme no centro das atenções desse cenário. Mas, além disso, A Vida […] é um filme bastante narrativo, é um melodrama tropical, como gostamos de defini-lo. Tem a história contada numa estrutura bem clássica e que emociona. Eu acredito bastante no potencial dele dentro das salas de cinema comerciais, tanto aqui quanto fora, e também nos serviços de streaming”.
Os recentes reconhecimentos coroam o prolífico e diverso cinema brasileiro contemporâneo, mesmo em momento de incertezas para a produção cultural por essas terras. Nina Kopko, sem fugir às dificuldades sentidas, aponta ao quão incrível é fazer cinema no país: “A produção contemporânea é enorme, diversa, inventiva e de alta qualidade. Fazemos filmes para os mais diversos públicos, entretemos, experimentamos linguagens, gêneros, refletimos a sociedade em que vivemos para os próprios brasileiros e para o mundo. Somos hoje uma indústria com um número maior de trabalhadores do que o turismo, por exemplo. Com as grandes empresas de streaming estabelecendo-se no Brasil, também abrimos mais portas de produções a serem realizadas aqui. Ainda assim, mesmo com essa produção consistente e mundialmente reconhecida, mesmo com essa indústria de larga movimentação econômica, nós estamos ameaçados. Mas fazer cinema no Brasil é incrível e eu espero que continue assim. Há procura, há mercado, há excelentes profissionais e grandes histórias sendo contadas”.
Adaptação de A vida invisível de Eurídice Gusmão ao cinema
Antes mesmo de seu lançamento, em 2016, o livro de Martha Batalha começou a ser adaptado para o cinema. Em 2015, Nina era coordenadora de desenvolvimento de projetos em uma produtora brasileira de cinema, quando recebeu o texto de Martha em mãos: “Eu recebi o livro ainda antes dele ser lançado comercialmente. Li em dois dias. Fiquei fascinada pela trama e pelas personagens. Sugeri ao produtor Rodrigo Teixeira a aquisição dos direitos de adaptação. Conversamos sobre transformar a história num melodrama, apresentar ao Karim Aïnouz e chamar o roteirista Murilo Hauser. Depois saí da produtora, pois queria me aventurar em novas experiências e áreas, mas quando o roteiro começou a engrenar fui convidada pelo diretor do filme, o Karim, e pelo produtor para fazer parte do time de desenvolvimento. Comecei a estudar processos de direção de atores e o Karim me chamou para fazer a preparação de elenco com ele e ser diretora assistente. Acompanhei então o processo desde a primeira ideia de adaptação até o último corte da montagem”.
“Como diretora assistente, uma função pouco usual no cinema brasileiro, eu ainda acompanhei todo o processo de desenvolvimento do projeto, todas as versões do roteiro, fiz diversas pesquisas para o filme, e depois segui da pré até a pós-produção. Acompanhei e compartilhei com Karim a maior parte das decisões artísticas do filme. Tive um foco especial no trabalho com o elenco, fiz junto do Karim todos os testes e depois a preparação dos atores e personagens”, completa Nina.
O prazer de contar histórias
Com trabalhos em diversas áreas da produção de filmes, Nina reside em São Paulo desde a conclusão de sua graduação. Na maior cidade da América Latina, ela direciona sua carreira para trabalhar como diretora e registra a importância de sua formação na primeira turma do curso de Cinema UFSC para sua atuação profissional: “Eu já fazia teatro na adolescência em minha cidade, Porto União (SC), e cheguei a cursar um semestre de Matemática na Universidade Estadual do Paraná. Quando chegou a época do vestibular, eu estava perdida sobre o que fazer. Minhas escolhas iam das Artes Cênicas à Oceanografia. Eu amava ver filmes, sempre fui fascinada pela ideia de contar histórias, mas fazer cinema era algo distante. Até que vi a notícia que abriria o curso da UFSC. E foi assim que ingressei na primeira turma do curso e só ali a paixão se concretizou. O curso da UFSC, na época, era mais voltado ao roteiro, crítica e análise fílmica, pois como era um curso recém-nascido não tínhamos equipamentos e professores para um curso mais técnico. Porém, para mim, essa foi a melhor formação possível. Não deixávamos de fazer nossos curtas por conta, e ganhamos assim uma bagagem muito específica de teoria e de roteiro. É um diferencial até hoje essa formação na minha carreira”.
Apaixonada por contar histórias, Nina sintetiza sua trajetória desde a conclusão da graduação até os próximos passos: “Quando eu me formei vim para São Paulo, sem nenhuma garantia de trabalho. Escrevi para a Cristina Amaral, montadora que sou fã e que tinha conhecido durante uma Semana de Cinema da UFSC, e ela me contratou como assistente. De lá, fui de trabalho a trabalho experimentando novas áreas, aprendendo muito em cada processo. Tive a sorte de trabalhar com realizadores que admiro muito e bastante generosos, foram como uma segunda formação para mim, como Cristina Amaral, Andrea Tonacci, Marco Dutra, René Guerra e Karim Aïnouz”.
“Nunca quis me especializar em uma área, sempre embarquei nos trabalhos pelo projeto e não pela função — o que também é parte da contingência: quanto mais versátil eu posso ser, maior a garantia de ter trabalhos e pagar o aluguel. Trabalhei bastante tempo como montadora e assistente de direção, e hoje sou roteirista, preparadora de elenco, diretora assistente, tutora de projetos e me preparo agora para dirigir meus primeiros projetos. No momento, tenho dois projetos de longas e estou querendo rodar um curta esse ano. Não há romantismo: é bastante suor, poucas horas de lazer e um baita equilibrismo viver exclusivamente dos trabalhos com cinema e televisão. Mas, sem dúvidas, é também prazeroso demais poder viver para contar histórias”, resume a futura diretora.
Nina aproveita para dar dicas aos estudantes e aos interessados em se graduar em Cinema: “Para quem não tem nenhum contato com a área eu sugiro muito que busquem ingressar numa graduação. Claro que você pode aprender cinema na prática e de forma autodidata, mas estar dentro de um curso superior vai te poupar muitos anos, sistematizar o conhecimento que terá acesso. E, além disso, a experiência de troca e de realizações de curtas com uma turma de Cinema é dos processos mais ricos na formação de quase todo mundo com quem trabalho. Para quem já está no curso: vejam o máximo de filmes que puderem, pelo menos um por dia. Quando sua vida profissional começar vai faltar tempo para isso, e ter referências é das coisas mais importantes em qualquer área ou projeto. E também não vivam sob as sombras da autocrítica, aproveitem o tempo na Universidade para experimentar, filmem o máximo que puderem, do jeito que der, usem as restrições de produção como dispositivos criativos”.
Assista abaixo ao trailer do filme:
PlayFullscreen0:00/0:00-0:00Loaded: 0%Progress: 0%00:00Mutepor Gabriel Martins/AGECOM/UFSC
por Gabriel Martins/Agecom/UFSC
Artes Cênicas
A grade de horários pode ser consultada neste link: http://cagr.sistemas.ufsc.br/modules/comunidade/cadastroTurmas/index.xhtml